PORTAS


 



No cartão de visita se lia: “Harrison Ford – Marceneiro e Carpinteiro. Garantia de qualidade, orçamento sem compromisso”. Fez um serviço bacana a preços honestos para o músico brasileiro Sérgio Mendes, em Los Angeles. Por indicação dele, Ford instalou uma porta de madeira no apartamento de outro Ford, o Francis Ford Coppola. Não demorou muito e a colocação de uma outra porta escancarou as de Hollywood para o cara, quando o diretor George Lucas, satisfeito com o produto e antevendo naquele jovem um futuro Indiana Jones, o escalou para “American Graffiti”, em 1973.


Entre um trabalho pesado e outro, eis que numa tarde quente Harrison Ford foi se refrescar na sorveteria Baskin-Robbins, e pediu para que o Barack Obama fosse generoso no tamanho das bolas – uma de morango, outra de chocolate. Na verdade ele preferia um donut, mas uma tal de Madonna, atendente da Dunkin Donuts da Time Square, havia espirrado geleia de morango e sujado toda a sua camisa na última vez em que esteve lá.


Continuando. Pouca gente sabe que o astro George Clooney, quando jovem, vendia seguros de vida, mas era tão inapto para a função que empurrou uma apólice para um sujeito que morreu no dia seguinte. Alguém da família do morto bateu à porta da funerária e foi atendido por Woopie Goldberg, que maquiava o décimo-oitavo defunto do dia.


Enquanto isso, quatro rapazes de Liverpool estão às portas do local onde a Seleção Brasileira de Futebol estava hospedada para a Copa da Inglaterra. Eles queriam conhecer e trocar uma ideia com Pelé, de quem eram fãs de carteirinha. A ideia, inclusive, era tocar para ele. Foram impedidos de entrar por um tal de Nascimento, chefe da delegação brasileira, alegando na ocasião que os Beatles iriam atrapalhar a concentração dos brasileiros. “Esses cabeludos não vão tocar aqui não”, teria dito à época.


Pelé só ficou sabendo da história em 1975 da boca do próprio John Lennon, quando ambos estudavam na mesma escola de idiomas em Nova York. Pelé fazia inglês. Lennon, japonês. O encontro aconteceu no corredor, na hora do intervalo, próximo à porta da cozinha. Algumas horas antes, por volta das 5h30, o entregador de leite Sean Connery deixou no portão da escola os doze litros diários. Como de costume.







Esta é uma obra de ficção. Porém, as celebridades citadas, profissões exercidas e fatos narrados são verdadeiros.



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